Apple AirTag pode ser usado para perseguir pessoas, alerta jornal

Medidos de segurança da Apple podem ser insuficientes para impedir rastreamento de pessoas, segundo colunista do Washington Post.

Apple AirTag pode ser usado para perseguir pessoas, alerta jornal
Foto: Divulgação/Apple

O recém-lançado Apple AirTag pode ser usado para rastrear e até mesmo perseguir pessoas, o que violaria o objetivo do acessório. A conclusão está num artigo do Washington Post escrito pelo principal colunista de tecnologia do jornal. Geoffrey A. Fowler realizou uma longa bateria de testes para mostrar que é possível usar o rastreador digital – concebido para acompanhar pertences como malas, mochilas e chaveiros – para monitorar a localização de seres humanos.

Este tipo de rastreio seria possível apesar das medidas de segurança adotadas pela Apple. A empresa tenta garantir que o dispositivo seja aplicado apenas para monitorar equipamentos. O AirTag está à venda no Brasil em kits com uma peça por R$ 369 ou quatro peças por R$ 1.249.

AirTag poderia ser aplicada para rastrear pessoas — Foto: Divulgação/Apple
AirTag poderia ser aplicada para rastrear pessoas – Foto: Divulgação/Apple

Para o experimento, o jornalista permitiu que um colega colocasse uma AirTag em sua mochila por uma semana, rastreando em tempo real a localização do item e, consequentemente, de seu usuário. Nos testes, os jornalistas identificaram a capacidade do AirTag mostrar a localização exata da suposta vítima com alto nível de precisão.

Como exemplo, a publicação afirma que os registros de localização em tempo real se mostraram com acurácia de meio quarteirão, mesmo quanto o repórter estava circulando de bicicleta pela cidade de São Francisco, na Califórnia.

Embora a reportagem tenha identificada situações em que o sistema da Apple buscou avisar sobre o possível rastreamento indesejado, a impressão é de que essas medidas são insuficientes para evitar a ação de stalkers e invasões de privacidade.

Mapa mostra itens acoplados a AirTags — Foto: Divulgação/Apple
Mapa mostra itens acoplados a AirTags — Foto: Divulgação/Apple

Como exemplo, o jornal menciona que os AirTags são capazes de emitir sinais sonoros quando o sistema suspeita de que o uso do dispositivo é irregular. No caso do experimento, esse alerta foi disparado apenas três dias depois do início do teste e consistiu num alarme sonoro de apenas 15 segundos.

Outra medida de segurança da Apple é avisar diretamente no iPhone da vítima que um AirTag suspeito está sendo usado nas proximidades por meio de uma notificação que avisa: “AirTag encontrado com você”. Entretanto, como abserva o Whashington Post, esse recurso deixa na mão os donos de celulares Android, sistema incapaz de identificar e avisar sobre um rastreador suspeito nas imediações.

Fora da discussão sobre privacidade e segurança, o novo gadget da Apple tem enfrentado alguma dificuldade na Austrália. Por lá, uma cadeia de lojas suspendeu a comercialização do acessório por identificar riscos à crianças em virtude da facilidade de remoção da bateria que alimenta o rastreador, preocupação que foi reforçada pela entidade de proteção aos direitos do consumidor australiano.

Com informações de The Washington Post e 9to5Mac

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