Viabilidade comercial do Project Loon foi mais arriscada do que o esperado.
Após nove anos na estrada, a empresa dona do Google decidiu encerrar um curioso projeto que tinha por objetivo levar internet a todas as regiões do planeta. Para alcançar tal feito, a iniciativa batizada de Project Loon utilizava balões que pairavam no céu e habilitavam o acesso à rede. A empresa coligada á Alphabet pretendia levar conexão a milhões de pessoas.
O comunicado foi feito pelo cientista Astro Teller. Em uma postagem oficial, ele confirmou que nos próximos meses a empresa deve começar a desacelerar as operações do projeto.
”O caminho para a viabilidade comercial se provou muito mais longo e arriscado do que o esperado”, escreveu Astro Teller. Apesar do fim do projeto, o cientista afirmou que a empresa está trabalhando para alocar os funcionários em outras funções nas empresas X, Google e Alphabet – todas do mesmo grupo.
Apenas uma pequena equipe ainda será mantida no Loon para garantir que as operações sejam concluídas de maneira harmoniosa e segura, de acordo com o comunicado.
Os primeiros balões do projeto foram conectar em junho de 2013, na Nova Zelândia, A iniciativa também ajudou a fornecer a internet para áreas afetadas por desastres naturais, como Porto Rico, em 2017, e Peru, em 2019. O primeiro serviço comercial de internet foi lançado em junho de 2019 no Quênia, com cerca de 35 balões que cobriram uma área de 50.000 quilômetros quadrados.
Para encerrar a iniciativa no país africano, o Loon decidiu oferecer US$ 10 milhões (R$ 53 milhões, em conversão direta) as organizações sem fins lucrativos e negócios no Quênia dedicados à ”conectividade, internet, empreendedorismo e educação”.
Como funcionam os balões
Os balões do project Loon voam na estratosfera, acima de aviões, pássaros e eventos climáticos, cerca de 20 quilômetros de altura. Eles tem o tamanho de uma quadra de tênis e carregam equipamentos de rede móvel alimentados por energia solar.
Espalhados, os balões criam uma rede que disponibiliza conexão sem fio para áreas em que geralmente é inviável construir torres tradicionais de celular. O sistema de navegação funciona de modo autônomo, supervisionado por operadores, e usa inteligência artificial para se aperfeiçoar.
Mesmo com o fim do projeto, a empresa espera que o Loon seja um trampolim para futuras tecnologias e negócios. Para isso, o conglomerado afirma que levará adiante alguns avanços da iniciativa, como a alta velocidade de banda larga de 20 Gigabits por segundo (Gb/s). A tecnologia já foi incorporada pelo Projeto Taara, que busca levar internet de alta velocidade e preços acessíveis na África Subsaariana.
Além do Projeto Loon, a Alphabet já havia encerrado os projetos Makani no ano passado, que pretendia usar turbinas eólicas acopladas a pipas para gerar energia elétrica renovável, e o Foghorn em 2016, que buscava criar combustível limpo a partir da água do mar.
Rivais buscam projetos similares
Atualmente, outras empresas desenvolvem projetos parecidos. A Amazon tem planos de levar internet de alta qualidade para as partes mais remotas do mundo com o Projeto Kuiper. Para isso, a empresa pretende lançar uma rende de cerca de três mil satélites na baixa órbita terrestres, A iniciativa concorre com a da empresa global de comunicações OneWeb, que quer colocar mais de seis mil satélites em órbita.
Já a Microsoft usa, desde 2017, as ondas frequênciais de TV(TVWS) não utilizadas entre os canais para fornecer internet a mais de 40 milhões de pessoas em comunidades de todo mundo no Projeto Airband. O Facebook desistiu do Projeto Aquila em 2018, um drone que buscava levar internet para regiões remotas do planeta.
Fonte: TechTudo